quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Lavar as mãos na escola é tarefa impossível para 16 milhões de brasileiros

 Etec de Marília lança desafio entre os alunos de lavar as mãos ...

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No mundo, duas de cada cinco escolas não têm infraestrutura básica para lavar as mãos, realidade que atinge

818 milhões de alunos

7 mil escolas brasileiras não têm acesso à rede de esgoto

6 milhões de alunos brasileiros frequentam escolas sem água tratada

OMS recomenda lavar mãos com água e sabão como forma de conter pandemia

Em meio ao debate sobre a reabertura das escolas diante da covid-19, a OMS e a Unicef apresentam um

novo informe no qual revelam que 6 milhões de crianças no Brasil frequentam estabelecimentos de ensino

sem acesso à água tratada. Dois milhões nem sequer têm serviços sanitários básicos e, no total, 16 milhões

de alunos não contam com escolas com água e sabão para lavar as mãos.

Segundo o levantamento, nos 60 países com maior risco de crise sanitária e humanitária devido à covid-19,

três em cada quatro crianças não tinham serviço básico para lavar as mãos em suas escolas no início do

surto. Metade de todas as crianças não tinha serviço básico de água e mais da metade não tinha serviço

básico de saneamento básico.

Sem água tratada

De acordo com a Unicef e a OMS, 287 milhões de crianças no mundo contam com escolas sem serviço de

água potável. Mais da metade delas (164 milhões) estão na África. Isso representa um problema real em

15% das escolas em todo o mundo.

No caso da América Latina e no Caribe, 24 milhões de crianças estão afetadas e, no Brasil, esse número

chega a 6 milhões. Dados ainda indicam que 15% das escolas brasileiras não têm acesso a abastecimento

de água.

Dados ainda do Programa Conjunto de Monitoramento da OMS e do UNICEF para Saneamento e Higiene

indicam que 15 milhões de brasileiros residentes em áreas urbanas não têm acesso à água tratada. Em

áreas rurais, 25 milhões gozam apenas de um nível básico desses serviços e 2,3 milhões usam fontes de

água não seguras para consumo humano e higiene pessoal e doméstica.

Lavar a mão: um privilégio

No Brasil, o levantamento indica que mais de um terço das escolas não conta com um sistema de higiene

adequado. Ou seja, sem serviços básicos para lavar a mão. Essa realidade atinge 39% dos

estabelecimentos de ensino no país onde estudam 16 milhões de jovens.

No mundo, em 2019, 19% das escolas tinham um serviço de higiene limitado, ou acesso a instalações para

lavar as mãos com água, mas sem sabão, afetando globalmente 355 milhões de crianças em idade escolar.

Apenas 25% das escolas latino-americanas tinham um acesso a um serviço de higiene limitado.

Sem serviço de saneamento em 7 mil escolas

O documento também revela que 2 milhões de crianças brasileiras frequentam escolas sem serviço de

saneamento. Entre 2015 e 2019, porém, houve um certo avanço, com a taxa de escolas nessa situação

caindo de 7% para 5%. Isso seria o equivalente a 7 mil escolas.

No Brasil, mais de 100 milhões de pessoas não possuem acesso a uma rede segura. Desse total, 21,6

milhões usam instalações inadequadas, e 2,3 milhões ainda defecam a céu aberto.

Apenas 19% das escolas públicas do estado do Amazonas têm acesso ao abastecimento de água e

alguns estados da região Norte registram menos de 10% das escolas com acesso ao sistema público de

esgoto.

No mundo, em 2019, quase uma em cada cinco escolas em todo o mundo (19%) ainda não tinha serviço

de saneamento e ou tinha instalações sanitárias inadequadas. Um total de 698 milhões e crianças afetadas.

Em 14 países, mais de um terço das escolas não tinha serviço.

Ítalo Dutra, chefe de Educação da Unicef no Brasil, admite que a situação de infraestrutura das escolas não

será resolvida da noite para o dia. Mas aponta que a recomendação da Unicef é que estabelecimentos de

ensino implementem estratégias de higiene para que possam reabrir de forma segura diante da covid-19.

Segundo ele, sua agência tem mantido contatos e diálogo com autoridades brasileiras neste sentido.

Os dados, publicados nesta quarta-feira, fazem parte de um levantamento que revela que, se de fato

governos querem reabrir suas escolas de maneira segura, um primeiro passo é conseguir que alunos e

professores tenham acesso à higiene básica. No caso brasileiro, as entidades cruzam dados do Censo

Escolar e da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar.

No mundo, as entidades internacionais apontam que 43% das escolas não tinham acesso à infraestrutura

básica para lavar as mãos com água e sabão em 2019. Para a OMS, essa é "uma condição fundamental

para que as escolas possam operar com segurança no meio da pandemia da covid-19".

"O fechamento global de escolas desde o início da pandemia da covid-19 apresentou um desafio sem

precedentes para a educação e o bem-estar das crianças", disse Henrietta Fore, diretora-executiva da

Unicef. "Devemos priorizar o aprendizado das crianças." Isto significa garantir que as escolas sejam

seguras para reabrir —inclusive com acesso à higiene das mãos, água potável limpa e saneamento

seguro", defendeu.

De acordo com o relatório, cerca de 818 milhões de crianças não têm instalações básicas para lavar as

mãos em suas escolas pelo mundo, o que as coloca em maior risco de covid-19 e outras doenças

transmissíveis —295 milhões delas estão na África. Nos países menos desenvolvidos, 7 em cada 10

escolas carecem de instalações básicas para lavar as mãos e metade das escolas carece de saneamento

básico e serviços de água.

Trezentas e cinquenta e cinco milhões de crianças foram para escolas que tinham instalações com água,

mas sem sabão. Outras 462 milhões de crianças estavam em escolas que não tinham instalações ou água

disponível para lavar as mãos.

"O acesso à água, saneamento e serviços de higiene é essencial para a prevenção e controle efetivo de

infecções em todos os ambientes, inclusive nas escolas", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral

da OMS. "Deve ser um foco principal das estratégias governamentais para a reabertura e operação segura

das escolas durante a pandemia global da covid-19 em curso", defendeu.


Fonte:
Jamil chade


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